SECOMU

O SECOMU – Seminário de Computação na Universidade,  é um dos eventos mais importantes da comunidade SBC desde sua criação, em 1971. Durante o CSBC 2021 será realizada a sua 51ª edição, a qual reunirá a comunidade acadêmica de Computação do Brasil para discutir temas de interesse nacional.

Ao longo dos anos, os painéis do SECOMU ajudaram a comunidade a consolidar suas posições políticas em temas de grande relevância, contribuindo com soluções e estratégias para o desenvolvimento tecnológico brasileiro, com foco na Computação.

O SECOMU é estruturado em torno de painéis que tratam de temáticas do quadro político-científico-educacional no Brasil. Os participantes desses painéis são personalidades acadêmicas, representantes de agências de fomento, membros da indústria e da sociedade em geral.

Programação

A programação do SECOMU 2021 é constituída por 3 painéis e por uma sessão especial dedicada à Assembleia Geral da SBC.

Falta de privacidade e controle comportamental numa economia de vigilância: Outro mundo é possível? Cristine Hoepers (CERT.br/NIC.br), Kai Rannenberg (Goethe University Frankfurt), Miriam Wimmer (ANPD) Moderador: Profa. Michele Nogueira Lima (UFMG)

19

julho

14h

A extensa gama de recursos de informação e serviço online disponíveis, combinada com as comunicações móveis cada vez mais rápidas, sistemas de reconhecimento de faces, redes sociais e sensores têm quebrado a fronteira entre o mundo real, os indivíduos e a Internet. Sempre que são usados dispositivos eletrônicos, acessadas redes sociais, e usados aplicativos de bate-papo, os usuários deixam traços de sua vida, compartilhando dados, ideias, experiências, hábitos, opiniões e sentimentos. Além destes, os dispositivos eletrônicos, sensores de IOT e as câmeras com reconhecimento facial, se tornaram também coletores de informações pessoais. A extração e tratamento por IA de todos esses dados pessoais em grande quantidade e variedade permitem definir Perfis de Usuários que podem ser vendidos a empresas, governos, partidos políticos, que poderão utilizá-los para controlar e modificar, em grande escala, o comportamento dos indivíduos como consumidores ou como cidadãos. Utilizando esses dados, algumas grandes empresas do setor tecnológico adotaram como modelo de negócios a transformação da economia digital numa economia de vigilância e de controle comportamental. De forma reativa, diversas iniciativas de governos, órgãos reguladores e até empresas tecnológicas vêm contribuindo na definição de regras, de leis e de ferramentas que permitem uma maior proteção dos dados pessoais, e a não utilização destes de forma discriminatória, ou danosa ao cidadão e à coletividade. Essa resistência será suficiente para contrabalançar esse novo poder que está transformando a natureza humana em nome de interesses empresariais ou políticos? Neste painel serão discutidos privacidade e segurança de indivíduos na era da informação, controle comportamental e alternativas para proteção de dados e controle de sua utilização.

Cristine Hoepers (CERT.br/NIC.br)

Cristine Hoepers é Gerente Geral do CERT.br/NIC.br, onde trabalha com Gestão de Incidentes de Segurança desde 1999. É também instrutora dos cursos de Tratamento de Incidentes do CERT Division, da Universidade Carnegie Mellon, e instrutora da Escola de Governança da Internet no Brasil, do CGI.br. Participou do Conselho Diretor do FIRST e da Coordenação dos Fóruns de Boas Práticas sobre Spam e CSIRTs do Internet Governance Forum (IGF), das Nações Unidas. Em 2020 recebeu do M3AAWG, maior organização mundial de combate a abusos online, o prêmio Mary Litynski, por seu trabalho para aumentar a resiliência da Internet. Foi moderadora e palestrante em eventos nacionais e internacionais, incluindo fóruns da OEA, ONU, ITU, LACNIC, FIRST, APWG e M3AAWG, abordando os temas de Gestão de Incidentes, Privacidade, Implantação de CSIRTs, Fraudes na Internet, Spam e Honeypots. É formada em Ciências da Computação pela UFSC e Doutora em Computação Aplicada pelo INPE.

Transformação digital e quarta revolução industrial: desafios tecnológicos, impactos econômicos e sociais Alejandro Germán Frank (UFRGS), Carlos Eduardo Pereira (EMBRAPII e UFRGS), Ricardo Antunes (UNICAMP) Moderador: Prof. José Marcos Silva Nogueira (UFMG)

20

julho

14h

A quarta revolução industrial, também chamada Indústria 4.0, se caracteriza pela integração de diversas tecnologias do mundo físico e digital tais como sistemas ciber-físicos, nanotecnologia, Internet das coisas, computação em nuvem e inteligência artificial. Os principais benefícios da Indústria 4.0 estão na melhoria da eficiência e produtividade dos processos industriais, reduzindo custos, aumentando o controle sobre o processo produtivo e facilitando a customização da produção. Em decorrência, sua implantação leva a uma transformação profunda das plantas e dos processos produtivos e de serviços. Além dos desafios técnicos em termos de integração, rapidez, segurança, controle e ajuste da produção, a presença do homem nesse processo colaborativo com seu trabalho integrado em diversos momentos ao longo da cadeia de produção e de logística levanta questões fundamentais para os trabalhadores, incluindo a extinção de postos de trabalhos, a precarização e o maior controle do trabalho digital. Por outro lado, a Indústria 4.0 também cria novas oportunidades altamente qualificadas nas novas tecnologias. Esse novo paradigma tem implicações tecnológicas, éticas, econômicas e sobre o mundo do trabalho, destacando em particular questões sobre os custos da produção, a relação homem-máquina, a empregabilidade, o controle e a avaliação contínua dos trabalhadores inseridos nesses processos produtivos. Uma das principais preocupações atuais está relacionada aos impactos nos mercados de trabalho que já estão muito afetados pela crise sanitária e econômica. Este painel irá debater esses diversos desafios com especialistas de várias áreas.

Alejandro Germán Frank (UFRGS)

É professor do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Pesquisador Associado do Industrial Performance Center do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Também coordena o Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da UFRGS e é Diretor do Núcleo de Engenharia Organizacional/NEO (www.ufrgs.br/neo) da mesma universidade, onde coordena projetos de pesquisa, de extensão e tecnológicos com o setor público e privado. Possui Mestrado e Doutorado em Engenharia de Produção pela UFRGS, e pós-doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Também foi pesquisador visitante do CNPq (doutorado sanduíche) no Departamento de Engenharia de Gestão do Politécnico di Milano, na Itália. Atua em temas relacionados à Indústria 4.0, Servitização e Transformação Digital.

Educação presencial ou online: limites, vantagens e desafios Alex Sandro Gomes (UFPE), Edméa Oliveira dos Santos (UFRRJ), Patricia Alejandra Behar (UFRGS) Moderador: Prof. Cristiano Maciel (UFMT)

21

julho

14h

A pandemia de COVID-19 exigiu uma mudança de paradigma nas instituições de ensino, onde os cursos presenciais tiveram que migrar para modelos de ensino não presenciais. Diferente dos programas planejados de ensino a distância, os professores e estudantes tiveram que rapidamente se adaptar às estratégias remotas de ensino em seus cursos. Para atender prontamente a demanda, ferramentas digitais foram rapidamente melhoradas e disponibilizadas, sobretudo por grandes empresas, como Alphabet e Microsoft, abrindo ainda um universo de possíveis desafios tecnológicos para tornar esses ambientes virtuais mais inteligentes, mais rápidos e mais seguros. Surgiram também novas oportunidades para pesquisas e para a criação de empresas de cunho tecnológico nessa área. Num mundo pós-Covid, a tentação de integração dessas tecnologias no ensino de forma permanente é grande. Entretanto, várias questões se colocam a respeito da aprendizagem, com suas particularidades em cada nível de ensino. A falta de contato humano, da presença física dos colegas e do professor em sala de aula, do contato social, da troca em atividades diversas pós-aula mudam o processo educacional. Neste contexto é de se questionar ainda sobre o papel principal da educação: incentivar a criatividade, a intuição, a cooperação ou transmitir apenas conteúdo para “formatar” futuros profissionais para serem rapidamente operacionais. Este painel propõe-se em avaliar os limites e desafios do ensino remoto emergencial, e em discutir as alternativas e tecnologias possíveis em um cenário pós-pandemia, as implicações educacionais de uma mudança de paradigma e de métodos na educação e a influência predominante das grandes empresas em cenários de educação digitalizada.

Alex Sandro Gomes (UFPE)

Mantenho viva a confiança por impactar o desenvolvimento do país pelo viés da Educação. Atuo há 20 anos com Design de ambientes de aprendizagem. Empreendo com o propósito de melhorar o nível de consciência e autonomia de pessoas e organizações. Professor do CIN/UFPE, líder do grupo CCTE (Ciências Cognitivas e Tecnologia Educacional), e idealizador da plataforma de aprendizagem http://redu.digital/.

Assembleia Geral da SBC

22

Julho

14h

Durante a Assembleia ocorrerá a posse da diretoria e do conselho eleitos para o biênio 2021-2023.

Coordenação

Jean-Marie Farines
j.m.farines@ufsc.br

Roberto Willrich
roberto.willrich@ufsc.br